Oi gentemmmmmm, voltei, vou contar tudinho, começando pelo começo... rs
Bem, vamos lá, deixe-me recapitular mentalmente os passos:
Me internei à meia-noite de quarta-feira 18/09/2013 no Hospital 9 de Julho em São Paulo, eu moro no interior, então foi uma viagem de 2 horas, me despedi dos meus filhotes, 9 ao todo (Bruno, Giulia, 4 cachorrinhas - Chanel, Teca, Jade e Bella, 1 gatinha - Lola, 2 calopsitas - um casalzinho, Tita e Wil) às 21:00 hs e fui com meu marido. Chegamos 20 minutos adiantados, e ficamos no café do hospital, quer dizer, eu em jejum até de água já e meu marido tomando um café... rs)
Às 0:00 do dia da minha cirurgia subimos para o quarto, tive uma grata surpresa, o Hospital estava cheio e nos acomodaram em uma suíte master, olha a fotinho aí, um luxo, quarto, sala, uma copinha com frigobar e dois banheiros enormes, meu marido nem usou o meu banheiro, ficou exclusivo para mim...
Bem, a euforia da viagem me tirou o sono, mas tinha que descansar, não sem antes tirar umas fotinhos para o antes e depois que ainda não tinha feito; logo nos acomodamos e dormimos.
A cirurgia estava marcada para as 9:00 hs da manhã, mas eu tive que acordar às 6:00 hs para tomar o remédio da pressão, conforme prescrição da minha cirurgiã, então acordei, tomei banho e fiquei lá na preguicinha, em jejum claro. A enfermeira veio me pesar, deu exatos 115 kg (e pensar que quando comecei os exames para a cirurgia estava com 108), nunca atingi este peso antes, foi meu auge, graças à Deus estava no dia da cirurgia pq nunca mais se repetirá, muito menos ultrapassará.
Ali na espera já eram 9:20 hs e não vinham me buscar, estava consumida pelo medo e pela ansiedade, confesso que mais medo do que ansiedade. Por via das dúvidas, não que eu não estivesse confiante, mas o risco sempre existe, então passei algumas orientações para o meu marido caso eu não voltasse, ele nem levou a sério pq sentia total confiança de que isso não ocorreria. Então apareceu o anestesista para conversar comigo, fez uma anamnese da minha saúde, e me tranquilizou sobre o procedimento, explicando detalhadamente como tudo procederia.
Pois bem, 9:40 vieram me buscar, e como de praxe permitiram que meu marido me acompanhasse até a porta do centro cirúrgico para se despedir, nos despedimos muito tranquilamente e entrei na ala de pré-operatório que fica ao lado da recuperação anestésica. Ali passa um filme na cabeça da gente, mas não senti medo, fiz uma oração fervorosa e senti todo o conforto que Deus me deu. Fui ficando ali e já se passavam das 10:00 quando entrei para a sala de cirurgia.
Na sala de cirurgia começaram a me preparar, enfaixaram minhas pernas somente, nada de meia e nem de massageador, quase tudo pronto, então entra na sala a Dra. Paula Volpe, melhor momento do dia ver aquele rosto familiar em quem confiamos, veio até mim e perguntou se eu estava com medo, disse que estava com medo de sentir dor quando acordasse, ternamente ela colocou as duas mãos no meu rosto e disse: "Não vai sentir", ficou por uns segundos olhando nos meus olhos e saiu, acho que nunca me esquecerei deste momento... Fiquei muito tranquila e segura, em seguida colocaram a máscara de oxigênio e não vi mais nada...
Não me lembro do anestesista me acordar na sala de cirurgia, na outra cirurgia que fiz eu me lembro do anestesista me chamando e falando acorda, acabou... desta vez não lembro disto, me lembro acordando na sala de recuperação anestésica, muito grogue ainda, tentava acordar e adormecia, tentava novamente e adormecia novamente, por várias vezes, quando finalmente consegui despertar um pouquinho mais me senti travada de dor, não sabia nem dizer aonde doía, mal podia me mexer, fiquei ali gemendo, por fim a enfermeira veio e me perguntou qual a intensidade da dor de 0 a 10, respondi 7, ela achou bastante, consultou minha equipe médica pelo telefone, pude ouvir, voltou e me aplicou morfina, então apaguei novamente...
Quando despertei não sentia mais dor nenhuma... Me prepararam e me levaram para o quarto, onde finalmente encontrei-me com meu marido. Eram 17:00 hs, ele disse que minha cirurgiã falou com ele ao final da cirurgia às 14:30 hs, então aquela recuperação anestésica até que foi rápida, mas me pareceu uma eternidade, eu queria ir logo encontrar-me com ele para ele pudesse ver que eu estava bem, ele disse que ligava lá na recuperação anestésica a cada meia hora e tinha notícias exatas do meu estado, mas estava preocupado, tadinho...
Bem, voltando então para o quarto, passei muito bem, sem sede, sem fome, sem dor, e o melhor de tudo - sem dreno. Desenfaixaram minhas pernas e me colocaram para caminhar imediatamente, seguindo o protocolo da minha equipe médica, que não prescreveu meias anti-trombo, nem nenhum medicamento neste sentido, ou seja, eu era obrigada mesmo a andar para circular o sangue e evitar o risco de formação de coágulos.
A primeira levantada me deixou tonta, me sentei na poltrona e esperei um pouco, tudo com o auxílio da enfermagem. Comecei caminhar pelo quarto 5 minutos e sentava, logo fui dar uma volta no corredor. Cada vez que me sentava meu marido vinha e massageava minhas pernas, neste momento o medo de uma complicação é enorme, tinha pavor de ter alguma complicação e ter que ir para a UTI, mas graças ao nosso
bondoso Deus isso não ocorreu. Passei muito bem a noite, e acordei bem também.
Chegou minha primeira refeição pós-cirurgia, o café da manhã. Vieram chá de Camomila, Gatorade, Água de Coco e Água. Muito medo nesta hora! Comecei pelo chá, depois que esfriou, coloquei um copinho e segui a prescrição da minha cirurgiã, meio copinho, espera 5 minutos, mais meio copinho, fiz assim, com muito medo, mas desceu, assim foi no decorrer do dia. Se tudo corresse bem como estava correndo, teria alta neste mesmo dia à tarde, mas...
Bem, na parte da tarde comecei a me sentir muito mal, uma dor horrível no peito, não conseguia ficar em pé e não podia ficar deitada, tinha que caminhar a qualquer custo, pelo risco de trombose e embolia, e também para eliminar os gases que eu achava que não tinha. Tomei meio copinho de água que me pareceu ser a morte, não sei se tomei rápido e foi meu primeiro entalo, neste momento a enfermagem chamou minha equipe médica, e o médico assistente da minha cirurgiã veio imediatamente me ver. Constatou que eram os benditos gases, ufaaaa que alívio, alívio por saber que não era nada grave. Me prescreveu Luftal que só existe via oral, e até então não havia prescrição e me mandou não parar de caminhar, daí pra frente eu passei a caminhar 40 minutos e sentar 10, muito exausta, mas a dor não passava, parecia que os gases estavam no meu peito e não saíam, até que me deu náuseas e vomitei, vomitei um vácuo, não saiu nada, mas foram duas vezes, acho que expeli aqueles gases que me sufocavam o peito. Instantaneamente a dor passou. Dormi, muito bem.
Dia seguinte, sábado 2º dia pós cirúrgico. Acordei bem, cedo, fui logo tomar banho e preocupada em ir logo caminhar. Tomei meu desjejum, e na hora que me levantei, tudo de novo, lá estavam eles, os benditos gases, me sufocando novamente. O assistente da minha cirurgiã, viria antes do almoço para me dar alta, era tudo que eu queria, mas eu operei em São Paulo e moro no interior de SP, como iria embora tão instável assim? E se piorasse? Neste dia não estava mais conseguindo me alimentar, nem beber um gole de água, as dores dos gases estavam me matando. O médico passou e disse que se eu fosse embora assim iria desidratar e voltar ao hospital em um quadro pior, então nem cogitei esta possibilidade. A solução seria mais Luftal e mais caminhada, e lá vamos nós... Novamente só passou com o vômito do vácuo, mas isso dói muiiiito, o estômago sensível e a contração do vômito, choreiii de dor... mas o alívio foi instantâneo. Passei o restante do dia muito bem, entre caminhadas, meus golinhos no copinho, e um soninho. Dormi bem.
Terceiro dia pós cirúrgico, domingo. Acordei muito disposta, sem dor nenhuma, sem gases, tomei banho sozinha, me vesti, tomei meu desjejum, fiz minha caminhadinha, e fiquei esperando meu médico passar para me dar alta. Foi o que ocorreu, ele passou às 10:00 hs me encontrou ótima, já não estava nem com soro mais, me deu alta, passou as prescrições, marcou o retorno para 30/09. Então fomos embora para casa, enfim... Que saudades de casa...
Este post já está bem grande, me desculpem, mas quis relatar em detalhes tanto para conhecimento de vcs que o visitam e me acompanham, quanto para mim mesma, para a posteridade.
O dia-a-dia daí pra frente contarei em outros posts.
Bjs a todos (as), fiquem com Deus!